Porque Inteligência Existencial nunca foi tão fundamental
outubro 17, 2022 2022-10-19 16:33Porque Inteligência Existencial nunca foi tão fundamental
Porque Inteligência Existencial nunca foi tão fundamental
Carla Moura
Agente Transformadora - Educadora Existencial, Terapeuta e Palestrante, Doutora (pH.D) em Ciências da Vida e Saúde, especialista em Desenvolvimento e Aprendizagem
Em tempos de crise, quaisquer que sejam elas, econômicas, de saúde ou todas elas juntas, ter a Inteligência Existencial mais desenvolvida é fundamental, não só para a superação individual, como também na qualidade da contribuição para a superação coletiva, e muito mais, ainda ensina as pessoas a saírem das crises, melhores do que entraram.
Estudos demonstram que as formas como as pessoas veem a sua existência são responsáveis por diversos tipos de adoecimento. Tais adoecimentos são no campo físico, quanto mental e emocional.
Atualmente, a vida urbana, além do atual contexto brasileiro, traz inúmeros desafios tanto para indivíduos, quanto para coletividades.
As pessoas sofrem muitas vezes em silêncio, por longos períodos. Elas se sentem obrigadas a conviverem com uma grande diversidade de pessoas, vivem pressionadas pelas demandas específicas de seus trabalhos e estudos, aliando-se a brevidade de prazos e a limitações orçamentárias pessoais e institucionais,
Essas vozes silenciadas transformam-se em incômodos cada vez maiores. A verdade é que existe muita gente que não tem onde ou não consegue expressar…
Aliado a isso, faz-se necessário cada vez mais o desenvolvimento da resiliência pessoal e coletiva, devido a fatores como as instabilidades climáticas que, somam-se às instabilidades territoriais e as instabilidades profissionais e financeiras.
A cultura contemporânea vigente ainda não prepara as pessoas para a única certeza que o ser humano tem na sua existência, além da morte: a impermanência.
A pandemia que se iniciou em 2020 nos mostrou a força da impermanência, tanto individual, quanto coletivamente.
Sim, tudo muda. Nada é permanente. A sensação de segurança é falsa, pois nada na vida é seguro. Não há segurança básica, nem sobre a duração da vida no corpo físico!
O que lhe garante que você respirará daqui a 10 minutos?
Diante desta constatação eu ouso perguntar…
Existe frase mais motivacional do que essa?
Você vai morrer!
Como os valores estão muito invertidos para a massa da população, crises pessoais e notícias de crise facilitam ainda mais o pessimismo, o stress, a ansiedade e em alguns casos, o desespero e a desistência de sonhos, de busca da felicidade e, até a pior delas, a existencial. O que para alguns pode ser denominada como insegurança existencial ou angústia existencial.
Neste momento é fundamental que sejam oferecidas as melhores respostas, para o crescimento do foco no apreço existencial, que vem com a Inteligência Existencial.
A Inteligência Existencial pode ser definida de várias maneiras, uma delas é a capacidade de conceituar ou enfrentar questões mais profundas ou maiores sobre a existência humana, como o significado da vida, por que nascemos, por que morremos, o que é consciência, ou como chegamos aqui. Ela conjuga ser sensível com ser reflexivo.
Esta Inteligência envolve a capacidade da pessoa acessar valores e intuição coletivos e conseguir entender melhor os outros e o mundo ao seu redor.
Quem possui essa inteligência mais elevada, geralmente vê a realidade de uma forma mais ampla e profunda, tais como: filósofos, teólogos, mestres espirituais e alguns outros educadores da humanidade. Howards Gardner os vê como tendo alta inteligência existencial.
Segundo este autor e divulgador da Teoria das Múltiplas Inteligências, a Inteligência Existencial se manifesta quando a pessoa se ocupa com questões fundamentais da existência e em quem questiona os caminhos tortuosos da existência.
Pessoas mais inteligentes existencialmente são propensas a ponderarem sobre questões mais profundas sobre vida, realidades últimas e morte, por exemplo.
Uma das manifestações de pessoas reconhecidas como possuidoras de elevado grau de inteligência Existencial como: Jesus; Sócrates e Santo Agostinho é ganhar forças e influenciar momentos e processos coletivos, clareando a visão de quem está com dificuldade de conexão com o valor de ser, ou seja, com a vida, como valor máximo.
A confusão entre o ser; o ter e o fazer tem aumentado muito, especialmente nestes tempos pandêmicos, com a proliferação de celebridades de curto, médio e longos prazos, – essas mais raras, nas redes sociais. Vidas de sucesso profissional, financeiro, amoroso, saudáveis e belos corpos desfilam como se o mundo dos problemas pessoais e sociais não fizesse parte da sua realidade. Esse culto ao palco de vida perfeita é o que Guy Debord chamou de “sociedade do espetáculo”.
Neste sentido, a perspectiva da Inteligência Existencial é estratégica, ao produzir processos de acolhimento sensível individual e coletivo, de escuta e democratização da fala e de outras formas de expressão.
Trata-se aqui de um espaço estruturado subjetivamente transformando a mentalidade, para que as pessoas vejam que, as coisas que estão apegadas são impermanentes, tanto quanto as suas condições, como as suas relações.
Aqui, eu repito que ao final da vida, não se sabe quando e nem como:
Você vai morrer!
Por isso eu lhe pergunto: por que não tornar a sua vida uma aventura a cada momento?
Essa proposta de Inteligência Existencial ora apresentada, em linhas gerais, carrega também em si, o componente inovação, com a inclusão de: tempo para registro e para a produção de formas de compartilhamento de novas descobertas, desde o início deste trabalho.
Para começar a praticar, eu lhe proponho uma reflexão sobre o que hoje em dia, o que você mais leva em conta na sua vida, ou seja, o que mais você valoriza, de fato.
Aqui, eu dispenso o meu pedido de desculpas, porque saiba que essa insistente afirmação inconveniente, é somente para o seu bem. É para o seu bem maior que eu lhe trago perguntas fundamentais para qualquer ser humano, em qualquer época da vida. Só que em tempos de crise, o esforço por responder a essas perguntas é muitas vezes, uma questão de vida ou morte.
Não adianta eu lhe encher de dicas de como lidar com a crise, a superar e ser feliz, durante e depois dela, se você não sabe quem é, onde está e aonde quer chegar.
Por isso, nós temos que avançar, no que realmente importa!
Se responda então…
Qual é a sua razão de existir?
O que você mais busca na vida?
Você identifica a necessidade de aumentar a sua Empatia? Justifique a sua resposta, não pra mim e nem pra ninguém, somente explique para a sua própria pessoa.
Um dos objetivos da Inteligência Existencial é se aprimorar subjetivamente, para superar criativamente as adversidades e produzir saúde, para si, individualmente e em seus locais de convivência profissional, acadêmica e social.
Então, depois de responder as perguntas acima, eu proponho que você escreva três ações a iniciar agora, para avançar na direção do alcance do seu alvo.
Ou seja, o que você mais busca na vida?
Agora mais consciente: da sua razão de existir e do seu principal alvo, você vai aumentando a sua empatia, tendo uma presença mais luminosa na vida das pessoas, chegou a hora de agir.
Com esse direcionamento que lhe foi dado aqui, fica muito mais fácil discernir o que priorizar a cada momento e utilizar a sua Inteligência Existencial, para sair de qualquer crise, com muito mais Força e Luz para ter uma vida com mais foco no alvo.
Enquanto você avança, aproveite o trajeto, divertindo-se no caminho.
Não leve o resto tão a sério, porque nessa viagem da vida, ninguém sai vivo dela. Por isso digo, pela terceira vez! Não sabemos quando e nem de que, mas…
Você vai morrer!
Agora, mais do que nunca, aproveite a sua vida!
A minha forma de aproveitar a minha, é me lançar no trabalho de Educadora Existencial, ensinando agentes de transformação a se expressarem em diversas linguagens, com autenticidade, criatividade e amorosidade.
Muitos instrumentos são tocados na composição de uma luminosa sinfonia para que mais do que nunca, com muito mais força e potência, você mostre sua Luz.
Autora co.laboradora
Dra. Carla Moura